Contrapondo Henrique Alfredo que, por disparate, nunca teve um ponto

Infelizmente passa, textos como o desse senhor ainda passam batidos e nós já não podemos permitir isso! Tatuagens não determinam caráter. Eu vivo com medo sabendo que homens, os que leem e aplaudem textos assim, cruzam comigo na rua. Eu vivo com medo de homens no geral, porque esse posicionamento ainda é tido como opinião e não como crime.

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A minha inquietação a respeito dessa coluna se deu logo nas primeiras palavras: "diga-me você, leitor, que é pai: o que você faria se uma filha sua aparecesse na porta de sua casa apresentando, como namorado, uma ESPÉCIE de MC Kevin..." 

1. H.A. (vou chamar desse jeito) faz questão de conversar exclusivamente com homens, já que, na barbárie do teor da continuação, alimenta uma hostilidade inferida aos homens (por ele mesmo, lógico, longe de mim).

2. Coloca uma pessoa como "espécie de", e aqui eu não posso especificar de que tipo, já que, como no discorrer do texto todo, ele não foi capaz de esclarecer um pensamento sequer. É tão desconexo que não consigo pensar em nada diferente de "como esse senhor é colunista?", mas logo em seguida eu penso "relaxa, tem tantos outros tão ruins quanto que deve ser pré requisito pra esse jornal". Mas eu vou seguir, já que nesse texto eu espero conseguir ligar as incontáveis pontas soltas que ele deixou. "Que robe" como diria minha avó (se for pra citar umas frases em italiano eu também já posso ser colunista do Semanário).


Na sequência o texto degringola de uma forma surreal, já que agora ele "entende os amigos que lubrificam as armas: bens de família". Será que H.A. quis dizer que, hipoteticamente, se a filha dele aparecesse com uma espécie de MC Kevin ele lubrificaria armas? Não sei, ele não disse! Por que esses amigos lubrificam essas armas? Não sei, ele também não disse. Por mais que na minha sagacidade ou mera especulação tenha lido pura incitação ao ódio. Tá vendo? Diferentemente de H.A. eu banco minha opinião (oi Semanário! Italiano e pontos bem colocados. Já são dois pra mim).


Na sequência ele fala sobre café, coisas de brasileiro, Dubai, Egito, Victor Sorrentino (que não, H.A., não é um "médico trancafiado acusado de assediar uma vendedora". É um homem formado em medicina, que não atua na profissão, detido por assediar uma mulher. Notou a diferença? Como eu acredito fortemente que não, vou esclarecer: tem vídeo, áudio, PROVAS DE ASSÉDIO. Ele assediou. Ponto. Foi detido porque é crime. Outro ponto). MC Kevin, o todo tatuado com brincos e blá blá blá não tem acusação de assédio. Eu acho que me incomodo menos com a 'espécie' de Kevin à de Victor, mas aqui é opinião minha. Acredito que o senhor hipoteticamente preferiria sua filha com o assediador diplomado, mas só especulação, claro, longe de mim afirmar. Talvez o senhor também prefira o "grande e grosso" das palavras de Victor, mas ui ui, longe de mim afirmar.

Eu já não posso imaginar como agiria Kevin no Egito, mas posso afirmar como agiu Victor. Também posso supor como agiu o senhor na Itália, especificamente na Calábria, e eu sinto muitíssimo por ter um tipo de comportamento vinculado ao seu, já que "robe de brasiliani" é muito diferente pra nós dois, e eu não estou falando da água no café. 


Queria muitíssimo teu voto de silêncio pelo Brasil mesmo, ao menos até entender a gravidade do ódio colocado nesse texto. Queria mesmo esse voto antes de sair balbuciando asneiras assim em outros lugares do mundo. Queria que jornais como o Semanário tivessem um filtro minimamente decente na hora de escolher colunistas. Queria que textos como esse não passassem pela seleção alguém com um mínimo de humanidade e bom senso. 


Infelizmente passa, textos como o desse senhor ainda passam batidos e nós já não podemos permitir isso! Tatuagens não determinam caráter. Eu vivo com medo sabendo que homens, os que leem e aplaudem textos assim, cruzam comigo na rua. Eu vivo com medo de homens no geral, porque esse posicionamento ainda é tido como opinião e não como crime. Eu não tenho como saber qual desses homens tem as armas lubrificadas em casa. O que eu tenho como saber é que longe de mim deixar um texto tão mal escrito passar batido. Sinto muito, H.A., mas além de péssimo escritor, és um grande covarde. Agora eu entendo as armas lubrificadas. Triste.






Suelen Marini

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