Tempos de reflexão
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Quando começou as noticias de uma peste atingindo o planeta, pensei que fosse algo breve e logo estaríamos à rotina que sempre estabelecemos para cada um. No meu círculo de convívio sempre fui muito otimista. Ajudando os amigos e familiares a descobrirem como não ficar tão aborrecidos e depressivos neste isolamento.
Consegui passar toda minha rotina para o meio online e mantive um pouco do presencial com meu fortalecimento. Também estava iniciando uma fase onde deixei meus sentimentos virem para fora e quando sinto algo estou externando para as pessoas. Uma situação que não fazia no passado. Muitas vezes até eu estranhava.
Sempre tive cuidado, mas não medo da doença e sempre passava isso para as pessoas. Depois veio o tédio, algumas atividades pagas foram necessárias serem cortadas para ajuste financeiro e com isso dor de estômago, vontade de chorar, etc. Aceitei a condição, mas como isso não faz parte do meu dia-dia eu resolvi que tinha que tirar algo de positivo deste momento.
Tirei um tempo para conversar mais com meus pais, estudar inglês junto do meu pai, fazer o sono da beleza de 20 a 30 min após o almoço, quando possível com todos os cuidados visitar e conversar com minha vó e o que não podia ser presencial foram para o vídeo e áudio. Descobrimos várias formas de afeto e comunicação.
No meio profissional foi um banho de água fria. Tinha chegado a pouco tempo da minha especialização em Danceability na cidade de Montevideo (Uruguai) e de Nova York onde fui aprimorar meu inglês. Queria disseminar tudo isso em todos os lugares possíveis. Iniciei os contatos e já estava marcando alguns trabalhos. Também tinha feito uma mudança na minha vida de não trabalhar mais no meio formal e administrativo com carteira assinada.
Comecei acompanhar vários assuntos, cursos gratuitos e pagos no formato online e vi que poderia contribuir com minhas plataformas digitais de forma positiva para disseminar a inclusão e a dança com qualidade. Fiz um curso de marketing digital. Comecei lives com convidados, alguns posts e conteúdos meus, participei de alguns projetos que se reorganizaram para o mundo digital. Fui aprovada em vários e vi que sou melhor no ao vivo do que gravado.
Depois de um período assim lancei a primeira Imersão Corpos Diversos onde disseminei para alunos de Caxias do Sul, Porto Alegre, Florianópolis, Chapada Diamantina, São Paulo, Uruguai, etc. minha experiência na inclusão e dança com material bibliográfico, aulas de dança para pessoas com e sem deficiência com contato e improviso.
Quis fazer como muitos profissionais executam essas aulas, mas precisei me adaptar a realidade de cada interessado e foram aulas personalizadas para cada um. Como resultado no processo final um vídeo dança de cada aluno que foi editado por um parceiro em audiovisual e divulguei nestas plataformas. Vi a potencialidade de trabalhar no formato híbrido (presencial/online). Também comecei a enxergar toda minha bagagem e fazer atendimentos/palestras/capacitaçõe onde me chamavam de forma paga no online e planejando o presencial com a vacinação avançando, sem eliminar os cuidados necessários. Por muito tempo trabalhei de graça ou divulgando muito mais os outros do que a mim. Não me arrependo, mas preciso focar em mim.
Terminei meu livro e estou em busca de patrocínio tanto direto como indireto, por editais e outras formas. Fiz zoom dos saberes, uma apresentação artística ao vivo e online, bate-papo na UCS e FSG, ajudei algumas pessoas com o marketing digital, fui “psicóloga” ou consultora de pessoas que estavam com dificuldades na sua vida. Continuei sendo cobaia de alunos que me procuram para pesquisas.
Estou reciclando meu trabalho e lançando a Mentoria Corpos Diversos onde atenderei pais, profissionais e pessoas com deficiência ou sem deficiência para ajudar cada um a descobrir seu potencial e sua independência equilibrando os pilares da vida (social, emocional, financeiro, espiritual, etc). Voltei a mais um trabalho com carteira assinada por 6 horas até viver só do que amo fazer.
Quando achei que tudo estava se encaminhando para essa prosperidade, descobri que peguei esse tal de Covid. O que ainda preciso refletir e aprender neste período? Ainda não encontrei a resposta, mas assim que souber conto para vocês.
Roberta Spader
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