Relações heterossexuais monogâmicas, infidelidade e como lidar com a descoberta de uma traição.

A monogamia é uma construção social moldada pelas pessoas ao longo dos tempos em uma sociedade que valoriza muito a fidelidade (da mulher).

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Relações heterossexuais monogâmicas, infidelidade e como lidar com a descoberta de uma traição.

A monogamia é uma construção social moldada pelas pessoas ao longo dos tempos em uma sociedade que valoriza muito a fidelidade (da mulher).

  • O que é traição?

De acordo com a pesquisa nacional Mosaico 2.0, conduzido pela psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, 40,5% da população, em média, admite ter traído o parceiro, sendo que 50,5% dos infiéis eram homens e 30,2%, mulheres.

A traição tem diferentes perspectivas, mas de modo geral um acordo predefinido por um casal e “quebrado” por uma das partes pode caracterizar uma traição. Percebendo que a traição não está diretamente relacionada a relações monogâmicas, passamos a nos questionar sobre o que é trair.

  • Por que traímos?

Dificuldades na dinâmica da relação, insatisfação conjugal, curiosidade, auto afirmação, necessidade de reforço da masculinidade, traços de personalidade, tipos de amor (amor com comprometimento, amor sem comprometimento e amor baseado em amizade), distinção de moral e caráter são alguns dos motivos que levam a traição.

  • Por que é tão difícil perdoar uma traição?

A traição acontece quando alguém que amamos nos decepciona, quebrando uma expectativa ou regra estabelecida entre o casal. Além de prejudicar o relacionamento, a traição pode trazer à tona sentimentos negativos, como raiva, tristeza, culpa e nos levar a desencadear pensamentos que impactam na baixa autoestima. Perdoar uma traição não é uma tarefa fácil.

O amor envolvido, a relação de dependência (psicológica e até financeira), nos levam a persistir ou desistir de nossos acordos, porém é um processo que pode exigir muita paciência de ambas as partes até tomada de decisão sobre como vai seguir o relacionamento após a traição.

Embora as pessoas tenham aspirações monogâmicas (principalmente em relação a imagem perante a sociedade), por vezes temos desejos não monogâmicos e assim se estabelece o conflito (principalmente em uma sociedade ainda tão machista).

Ex: Um homem heterossexual traído é motivo deboche enquanto a mulher traída está elegível ao sentimento de pena. Pensando no contrário, um homem que traí ainda é visto como “garanhão” enquanto a mulher que trai é vista como “vadia”.

A relação das mulheres com o mundo e com os homens vem mudando muito nos últimos anos, deste modo a masculinidade tende mudar em resposta. Porém a insegurança masculina diante dessas mudanças inevitáveis é mostrada como nunca nos números do feminicídio e crimes contra a mulher.

Não existe um “contrato” que nos garanta estabilidade e falta de dilemas nas nossas relações, as motivações para infidelidade são muitas e essa é uma discussão de muitas perspectivas, porém o melhor caminho é sempre o respeito e um diálogo franco sobre os desejos de cada um.

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