Conexão Surpresa

Em "Conexão Surpresa", um técnico de internet chamado Caius se encontra preso sob a mesa enquanto testemunha uma conversa inesperada. Humor, constrangimento e uma boa dose de humanidade se conectam nesta história divertida e cativante.

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Caius Vernet chegou ao prédio pouco antes do horário do almoço. O trabalho do dia era instalar uma rede de internet em uma sala de edição de vídeo. Ao entrar no local indicado, encontrou um espaço amplo e silencioso. Uma longa mesa com 16 lugares dominava o centro da sala, cercada por cadeiras empurradas para trás, como se todos tivessem saído às pressas. Perfeito para trabalhar sem interrupções, pensou.

Organizando suas ferramentas, Caius se agachou sob a mesa para iniciar a instalação. Passar cabos exigia precisão, algo que ele, metódico por natureza, apreciava. Mas, enquanto se concentrava, sons de risadas e passos ecoaram pelo corredor. Antes que pudesse sair debaixo da mesa e se anunciar, um grupo de vozes femininas irrompeu na sala.

As cadeiras foram ocupadas uma a uma. O som de bolsas sendo colocadas sobre a mesa e fragmentos de conversas preenchiam o ar. Caius hesitou. Sair dali agora, com todas se acomodando, parecia ainda mais estranho. Pensou em dizer algo, mas o constrangimento o manteve no lugar.

— Meninas, vocês não sabem o que aconteceu comigo no sábado! — começou Rita, soltando uma risada que chamou a atenção das outras.

Caius prendeu a respiração, tentando ignorar a conversa. Contudo, a curiosidade o venceu ao notar o tom de empolgação na voz dela.

— Conta logo, Rita! — uma delas insistiu, ansiosa.

Rita começou seu relato, com um tom quase teatral:

— Então, conheci um cara na praia. Mas não qualquer cara! Ele tinha aquele olhar que... ah, não sei explicar... parecia que me lia inteira. Cada vez que ele falava, eu sentia uma mistura de nervoso e vontade de rir. Vocês já sentiram isso?

As outras soltaram risadas cúmplices, incentivando-a a continuar.

— E o que aconteceu? — perguntou outra, animada.

Rita fez uma pausa dramática:

— Bom, ele me convidou para uma caminhada. Mas não era uma caminhada qualquer. Ele sabia os cantinhos mais isolados da praia, como se soubesse exatamente onde não haveria ninguém. A brisa era fria, mas eu estava quente. Toda vez que ele chegava perto para falar algo ao meu ouvido, eu sentia como se a areia debaixo dos meus pés desaparecesse.

Caius percebeu que estava acompanhando o relato com atenção demais. "Concentre-se no cabo, Caius", pensou, mas não conseguiu evitar ouvir o restante.

— A melhor parte foi quando ele parou, olhou para mim e segurou minha mão. Vocês já repararam como um toque pode ser mais intenso do que qualquer outra coisa? Ele não disse nada, apenas ficou me olhando, e eu fiquei paralisada.

— Meu Deus, Rita! E depois? — uma delas perguntou, rindo e quase sem fôlego.

Rita baixou a voz, criando ainda mais suspense:

— Depois... ele me beijou. Mas não foi um beijo comum. Era como se ele soubesse exatamente como e onde tocar. Cada movimento parecia calculado, mas, ao mesmo tempo, tão natural. Foi uma das sensações mais intensas que já tive.

As outras suspiraram e riram. Uma delas comentou, divertida:

— Isso parece até cena de filme ou livro, menina!

Caius, ainda escondido sob a mesa, sentiu o rosto esquentar. Ele precisava sair dali antes que a situação se tornasse ainda mais constrangedora. Mas o momento certo nunca parecia chegar. Quando o silêncio caiu de repente, ele soube que algo estava prestes a acontecer.

Rita se inclinou, olhou para baixo da mesa e deu um grito de surpresa.

— Tem um homem aqui! — ela exclamou, apontando.

As outras seguiram seu olhar e, ao verem Caius, irromperam em risadas. Ele saiu lentamente, as mãos levantadas em um gesto de rendição.

— Eu... bem... estava instalando a rede, mas acho que escolhi o momento errado, né? — disse ele, tentando manter a compostura, mas com um sorriso de canto.

O constrangimento inicial deu lugar a brincadeiras.

— Pelo menos agora sabemos que nossos segredos estão seguros com um técnico tão discreto — brincou uma delas.

— E com ótimos ouvidos! — completou Rita, lançando-lhe um olhar divertido.

Caius ajeitou suas ferramentas e sorriu.

— Bem, a rede está pronta. Se precisarem de algo mais... ou de uma conexão mais estável, é só me chamar.

Ele saiu da sala com um aceno, enquanto as mulheres riam e cochichavam entre si. No corredor, soltou uma risada leve e pensou consigo mesmo: “Definitivamente, mais uma história para o meu caderno.”


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Créditos:

Conto de Israel Cabral 

[imagem gerada por ia]


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